Blogue da Escola Secundária de Amora. Espaço de partilha de iniciativas desenvolvidas pelos alunos, no âmbito das disciplinas de Cidadania e Desenvolvimento e Cidadania e Arte ou de atividades com elas relacionadas. A Educação para a Cidadania procura explicitar, no contexto do viver coletivo, a relação íntima entre Conhecimentos e Valores, visando uma participação Cívica cada vez mais ativa, esclarecida e responsável.

2022-2023: Cidadania sem pandemia

O ano letivo 2022-2023 iniciou-se sem constrangimentos sanitários! Após dois anos e meio de fortes restrições, derivadas da situação pandémica que vivemos, voltámos a uma vida escolar normal. Voltámos a viver a escola sem o uso obrigatório de máscara, sem distanciamento social, sem diminuição das lotações dos espaços e, principalmente, sem os medos que inibiam a saudável convivência. Pudemos, pois, voltar a viver a escola de forma livre, mas também de forma responsável, pois o que aprendemos com a pandemia não pode ser esquecido. 

Deste modo, o exercício da cidadania voltou a ser pleno de possibilidades, e este blogue continuou a ser, como tem sido desde a sua criação, um espaço de partilha de projetos e de atividades que os nossos alunos realizam no âmbito da Educação para a Cidadania.
E o ano 2022-2023 foi um ano de relevante participação cidadã. 

A relação com os animais, com o ambiente e com a diferença, em BD

Ao longo do 2.º semestre, os alunos da turma D do 9.º ano desenvolveram trabalhos relativos ao bem-estar animal, à responsabilidade ambiental e à intolerância.
O projeto surgiu de um trabalho interdisciplinar ocorrido entre as disciplinas de Cidadania e Arte e Educação Visual. 
Atendendo às particularidades e aptidões de muitos alunos da turma, foi-lhes dada a possibilidade de expressarem, em formato de BD, as suas preocupações/observações/posições sobre os temas referidos.
O resultado é agora aqui partilhado.
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Repercussões do teatro nas aprendizagens


No dia 14 de junho, último dia de aulas, a turma D, do 8.º ano, apresentou aos colegas da turma do 8.ºA a sua interpretação da peça À Espera de Godot, de Samuel Beckett. Esta representação foi encenada e preparada pela Associação Animateatro, no âmbito do PCE, que trabalhou com a turma durante as aulas de Cidadania e Arte e de Inglês, em coadjuvância com a professora de ambas as disciplinas. Os domínios (escolhidos pelos alunos) foram os Direitos Humanos e o Bem-Estar Animal. 
Durante este processo, os alunos aprenderam a (re)conhecer e valorizar as suas capacidades interpretativas e representativas. Isto é, ao mesmo tempo que pensavam e debatiam (em português e em inglês) e realizavam aprendizagens sobre os direitos dos seres humanos e os direitos dos animais, desenvolviam também aprendizagens sobre o autoconhecimento, a comunicação, a autoestima, a memorização, a colocação de voz, a partilha e o respeito pelas diferenças. 
Muito importante para o sucesso desta dramatização, realizada num dos pátios da escola, foi a empatia, a dedicação e o compromisso da Carolina, elemento da equipa da Animateatro. 
No final, era bem visível a alegria no rosto dos alunos que, até então, duvidavam das suas capacidades de representarem em público.
A seguir, algumas fotografias da atividade desenvolvida.

Aguardando-se o início da representação


Momentos cénicos


A interculturalidade em BD

Em trabalho interdisciplinar desenvolvido entre as disciplinas de Cidadania e Arte e Educação Visual, os alunos do 8.º B tiveram a oportunidade de criar e ilustrar, em formato de banda desenha, uma história sobre problemas e/ou virtualidades da interculturalidade.
Os nossos estudantes, orientados pelos professores, tiveram liberdade de conceber quer as personagens quer o conteúdo e a forma da ficção.
Na conclusão da atividade, partilharam as suas histórias e refletiram, em conjunto, sobre as mensagens que quiseram transmitir. 
Fica aqui o registo, em modo de portefólio, dos trabalhos realizados.
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Queremos continuar à espera?


Neste semestre, na disciplina de Cidadania e Arte, a turma do 7.º D trabalhou com o grupo "Animateatro", nosso artista residente e elemento integrante do nosso PCE.

Partindo do texto À Espera de Godot, de Samuel Beckett, os alunos prepararam uma pequena dramatização, integrando os domínios "Direitos Humanos" e "Bem-estar animal", numa apresentação que teve lugar no passado dia 12 de junho, na sala polivalente.

Apesar das inúmeras campanhas de sensibilização, que direitos continuam a ser esquecidos? 
E ainda faz sentido falar em direitos dos animais?
E quem é o Godot? 
Continuamos à espera de quem (ou de quê)?

Para pensar

Foi intenso o espetáculo Segunda-Feira: Atenção à Direita, que aconteceu no passado dia 4 de junho, no palco do Fórum do Seixal. Os protagonistas foram os alunos da turma 9.º D.
"Um diálogo feito de palavras e de punhos furou as paredes do Fórum Municipal do Seixal, projetando-se para as 91 pessoas aí presentes e que acolheram o trabalho dos alunos com entusiasmo e emotividade" — podemos ler na página do Facebook da Associação Cultural Sete Anos.

Uma turma com diversidade cultural, característica da nossa escola, uma equipa de professores atentos ao processo e uma criação cultural, conseguida com muitas semanas de trabalho. Trabalho este coordenado pela coreógrafa Cláudia Dias, com o apoio do ator Karas e do instrutor de artes marciais Jaime Neves e a colaboração das disciplinas de Cidadania e Desenvolvimento, Cidadania e Arte, Português, Educação Visual e do Apoio Tutorial Específico. 
As aulas-ensaio e toda a evolução criativa foi registada, com elevado sentido estético, pela turma do 11.º ano do Curso Multimédia, da Escola Secundária Manuel Cargaleiro, parte integrante do projeto.

Um palco transformado em ringue, alunos transformados em lutadores de artes marciais, equipamentos, luvas. A cada toque da campainha uma luta começa. Os alunos-atores-lutadores simulam combates ao mesmo tempo que uma voz, de um ou de uma colega, formula perguntas-inquietações (elaboradas pelos próprios) projetadas na tela, que faz de fundo do ringue:
— "Pensas que ir todos os dias para a escola é fácil?"; 
— "Será que vou morrer pobre?"; 
— "É bom ter medo?"; 
— "Achas que a vida é justa?"; 
— "Como é ser-se feliz?"; 
— "Sabias que o futuro não existe?"; 
— "E tu, qual é o teu sonho?" 
No fim, foram oito "combates" e dezenas de perguntas. 
Cada pergunta um murro no estômago de quem assistiu! 
Cada combate e cada série de perguntas terminava com a frase: "Para pensar."
No final, o público não poupou palmas.

Este espetáculo foi o culminar de um processo de vários meses, integrado no projeto Sete Anos, Sete Escolaspromovido pelo município do Seixal, no âmbito do programa Comunidades em Ação, financiado pelo PRR e pelos Fundos Europeus Next Generation EU. Este projeto dá corpo a uma ação de âmbito cultural que pretende contribuir para uma melhor integração dos jovens, criando uma ligação afetiva à escola, procurando desenvolver competências pessoais e sociais, através da criação artística, dotando os alunos com ferramentas da criação contemporânea e do pensamento crítico. 
O PCE da nossa escola foi convidado a participar no projeto. Acolheu-o com entusiasmo.

A igualdade de género, em duas entrevistas

No âmbito da parceria com a associação UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta, os alunos do 7ºD trabalharam, ao longo do ano letivo, vários domínios, dos quais se destacam “Igualdade de Género” e “O mundo do trabalho”. 
Como será trabalhar numa área em que a maioria é composta por mulheres? Será que há diferenças, face ao género? Curiosos, perante estas questões, os alunos planearam algumas questões e entrevistaram o professor Licínio Marques, da ESA.
Este é o resultado da conversa entre os alunos e o seu professor:

Embora haja professores e professoras na Escola, a verdade é que, em relação aos restantes funcionários, a maioria continua a ser composta por mulheres.
Como será trabalhar numa Escola, sendo um dos poucos funcionários do sexo masculino?
Os alunos do 7ºD convidaram o Sr. Nuno Cruz, assistente operacional da nossa escola, para participar numa conversa em que exploraram o assunto. Eis o resultado dessa partilha:

Um contributo para a melhoria do ambiente

  

No dia 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente, os alunos do 8.ºA aceitaram o desafio lançado pela ONU: desenvolver ações colaborativas para a limpeza dos rios. Deste modo, devidamente equipados, os alunos deslocaram-se a uma zona ribeirinha na Amora, com vista à recolha de lixo (essencialmente de plásticos).

A Educação Ambiental e o Empreendedorismo (domínios escolhidos pela turma) puderam assim ser expressos em ações concretas/reais, contribuindo para a aquisição de diferentes aprendizagens. 

Foram acompanhados pelas professoras de Cidadania, Inglês, Geografia, Ciências Naturais, Matemática e uma outra professora que, apesar de não ser docente da turma, se ofereceu para participar. Foi uma experiência única, motivadora e cívica. Será que, com mais ações conjuntas, poderíamos ter na Amora uma das melhores praias fluviais do país? O desafio está lançado.

      

Consciencializar para a segurança rodoviária

Alunos da turma 2TGPSI, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento e com o apoio do Projeto de Educação para a Saúde da ESA, promoveram uma sessão sobre “Segurança Rodoviária” dirigida a alunos do Ensino Secundário. Esta ação de sensibilização e prevenção, dinamizada por agentes da PSP da Escola Segura, decorreu no Auditório da ESA e abordou temáticas como a circulação de peões nas vias públicas e cuidados de segurança a ter na utilização de meios de transporte, como as trotinetas e as bicicletas. 
Os alunos foram igualmente alertados para os cuidados e perigos relacionados com as distrações e os excessos cometidos ao volante, responsáveis pela elevada taxa de sinistralidade em Portugal. 
Aos recentes e futuros condutores foi aconselhada prudência e a adoção de atitudes responsáveis, num exercício de cidadania para a promoção de um ambiente rodoviário mais seguro e cortês.
Os estudantes, de várias turmas convidadas, participaram ativamente com diferentes pedidos de esclarecimento, que foram prontamente respondidos pelos agentes da PSP presentes.

Estereótipos não fazem o meu género!

A nossa escola e a UMAR (União das Mulheres Alternativa e Resposta) estão a desenvolver, em parceria, desde o início do ano letivo, o projeto «Estereótipos não fazem o meu género», com três turmas do 7.º ano (A, B e D), nas disciplinas de Cidadania e Desenvolvimento e Cidadania e Arte. Trata-se de um projeto sobre Escolhas Vocacionais e Profissionais integrado no programa EEA Grants através da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. 

São dois os objetivos orientadores: a) desconstruir estereótipos que legitimam e contribuem para as assimetrias de género nas escolhas vocacionais e profissionais; b) trabalhar em rede, envolvendo diferentes atores que têm um papel determinante para a mudança deste paradigma (escolas, instituições de ensino superior e empresas). 

Este projeto conta, no distrito de Setúbal, com a parceria da Associação Nós e da ATEC - Academia de Formação para a Indústria.

Neste âmbito, realizou-se, no passado dia 30 de maio, no auditório, uma sessão de mentoria, com a subintendente da PSP, Sofia Gordinho, e o assistente social, Marco Gomes. Os dois convidados partilharam, em diálogo aberto com os alunos das três turmas, experiências e dificuldades que tiveram de enfrentar (e, por vezes, ainda enfrentam), devido às opções profissionais que fizeram — opções que contrariaram estereótipos de género. A sessão foi moderada pela assistente social da UMAR, Inês Gomes.

Há relação entre o Comércio, o Desenvolvimento e os Direitos Humanos?

A parceria entre a Escola Secundária de Amora e o Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral (CIDAC) prossegue, com evidente empenho de ambas as partes. Um exemplo mais.
Os alunos do 2TGPSI tiveram a oportunidade, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, de delinear projetos, com a colaboração desta ONGD — em sala de aula e em coadjuvância com a docente da disciplina. Pretendia-se investigar relações entre os domínios dos Direitos Humanos e do Desenvolvimento Sustentável. 
Durante as sessões, os alunos trabalharam casos de estudo no âmbito da produção e comercialização de bens e produtos do dia-a-dia, analisando situações de violação de direitos humanos, de entre as quais, a desigualdade no trabalho, a desigualdade salarial, a injustiça e a exclusão sociais. 

Foi neste contexto que os alunos desenvolveram os seus projetos, convivendo com o conceito de Comércio Justo e aprendendo o seu significado, baseado «na promoção de uma aliança entre todos os atores da cadeia comercial, dos produtores/as aos consumidores/es, excluindo os intermediários não necessários, visando denunciar as injustiças do comércio e construir princípios e práticas comerciais cada vez mais justos e coerentes» (CIDAC). 
A pergunta orientadora era: o desenvolvimento, se não for social e economicamente justo, para além de respeitador do meio ambiente, poderá ser entendido como sustentável e respeitador dos direitos humanos?

Dr. Stéphane Laurent, do CIDAC, trabalhando com os nossos alunos.