O presente ano letivo inicia por sobre o rescaldo da grande festa dos 50 anos do 25 de abril! Esta celebração foi intensamente vivida por toda a nossa comunidade educativa e traz para este ano letivo a cerimónia da inauguração do mural da nossa escola, já assinalado no GoogleMaps. Esta sinalização é devida à riqueza e valor desta obra fundamental, tradutora de uma visão que implicou a interpretação de fontes históricas, a comparação de diferentes pontos de vista com os múltiplos convidados, o debate das causas e consequências da Revolução dos Cravos. Conseguir questionar o Mundo à nossa volta é um exercício duro e difícil, que exige a participação ativa e interessada: compreender o Passado é crucial para entender o Presente e ter visão crítica e democrática do Futuro. Neste ano letivo, continuaremos a dar corpo a esta visão: indagar, pesquisar, questionar, refletir e perceber a importância da Democracia, da Liberdade e dos Direitos Humanos, é a condição vital para a construção de um mundo irmão, mais justo e igualitário!
“GRITO EXTRAORDINÁRIO”
Esta obra coletiva, realizada pela turma 10.º C, no âmbito da disciplia de Cidadania e Desenvolvimento, é uma reinterpretação de O Grito, de Edvard Munch, criada com materiais reciclados, inspirada no documentário Lixo Extraordinário, do artista plástico Vik Muniz.
Através da arte, os alunos refletiram sobre dois temas centrais da sociedade contemporânea: os Direitos Humanos e a Educação Ambiental. Tal como Muniz deu visibilidade aos catadores/coletores de lixo de Jardim Gramacho, no Brasil, esta peça procura refletir a dignidade, a resiliência, a identidade e o valor humano de pessoas e comunidades frequentemente marginalizadas, sublinhando a importância do reconhecimento e respeito pelos seus direitos.
Ao transformar resíduos em arte, este projeto alerta para o impacto do consumo e do desperdício, promovendo a reciclagem e o reconhecimento do valor do trabalho ambiental de tantos cidadãos. Simultaneamente, apela à consciência coletiva e à urgente necessidade de cada indivíduo repensar as suas atitudes e escolhas diárias em relação ao ambiente.
A arte assume, assim, um papel ativo — como forma de expressão, denúncia e agente de transformação social e ambiental.
III Congresso de História Pública — Apresentação de um projeto de Cidadania e Desenvolvimento
A turma do 11.º G apresentou, no III Congresso de História Pública, o projeto «Pessoas africanas e afro-descendentes em Lisboa, a partir da pintura Chafariz d’El Rey», levado a cabo na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Neste congresso, realizado no passado dia 6 de junho, em Lisboa, os nossos alunos tiveram a oportunidade de apresentar publicamente o intenso trabalho de análise e interpretação da referida pintura, datada dos finais do século XVI.
Este trabalho, que teve como pano de fundo o domínio dos Direitos Humanos, resultou de uma parceria entre a investigadora, historiadora de arte e de arquitetura, Giuseppina Raggi, da Universidade de Coimbra, e a ESA.
O projeto foi financiado pela Faculdade de Ciências e Tecnologias e teve como objetivo levantar questões em torno do mecenato artístico e arquitetónico de pessoas e/ou comunidades africanas e afro-descendentes, durante o Antigo Regime, em Portugal. A participação da ESA decorreu em uma das etapas da investigação, incentivando a relação entre Cidadania e Arte.
Durante a primeira fase do projeto, as alunas e os alunos do 11.º G exploraram a obra Chafariz d’El Rey, investigando e discutindo possibilidades para a sua contextualização e interpretação. Refletiram sobre a presença das pessoas africanas e afro-descendentes em Portugal, hoje, e a contribuição da comunidade africana para a formação da identidade de Portugal.
Discutiram alguns dos problemas que se colocam neste âmbito e questionaram valores e atitudes dos nossos dias, como é o caso do racismo. Nas palavras da investigadora Giuseppina Raggi "a presença dos Europeus Africanos não é só uma história não contada da Europa, é também uma história [...] que ignora alguns dos seus protagonistas."
No decurso do Congresso, os estudantes da ESA apresentaram trabalhos de pintura, escultura e animação virtual por eles realizados, com base na abordagemexploratóriada obra de arte Chafariz d’El Rey. Fizeram uma análise comparativa com a atualidade, explicaram cenas dessa obra, nomeadamente no que diz respeito aos direitos humanos, à interculturalidade, à igualdade de género e ao papel da mulher.
Posteriormente, responderam com muita qualidade e segurança a questões colocadas pelo público, que considerou relevante a participação dos alunos no congresso.
Oficina da Interculturalidade – 6ª Edição










