Blogue da Escola Secundária de Amora. Espaço de partilha de iniciativas desenvolvidas pelos alunos, no âmbito das disciplinas de Cidadania e Desenvolvimento e Cidadania e Arte ou de atividades com elas relacionadas. A Educação para a Cidadania procura explicitar, no contexto do viver coletivo, a relação íntima entre Conhecimentos e Valores, visando uma participação Cívica cada vez mais ativa, esclarecida e responsável.

2024-2025: com Cidadania, compreender o passado e dar chance ao futuro!

O presente ano letivo inicia por sobre o rescaldo da grande festa dos 50 anos do 25 de abril! Esta celebração foi intensamente vivida por toda a nossa comunidade educativa e traz para este ano letivo a cerimónia da inauguração do mural da nossa escola, já assinalado no GoogleMaps. Esta sinalização é devida à riqueza e valor desta obra fundamental, tradutora de uma visão que implicou a interpretação de fontes históricas, a comparação de diferentes pontos de vista com os múltiplos convidados, o debate das causas e consequências da Revolução dos Cravos. Conseguir questionar o Mundo à nossa volta é um exercício duro e difícil, que exige a participação ativa e interessada: compreender o Passado é crucial para entender o Presente e ter visão crítica e democrática do Futuro. Neste ano letivo, continuaremos a dar corpo a esta visão: indagar, pesquisar, questionar, refletir e perceber a importância da Democracia, da Liberdade e dos Direitos Humanos, é a condição vital para a construção de um mundo irmão, mais justo e igualitário!

“GRITO EXTRAORDINÁRIO”

Esta obra coletiva, realizada pela turma 10.º C, no âmbito da disciplia de Cidadania e Desenvolvimento, é uma reinterpretação de O Grito, de Edvard Munch, criada com materiais reciclados, inspirada no documentário Lixo Extraordinário, do artista plástico Vik Muniz. 

Através da arte, os alunos refletiram sobre dois temas centrais da sociedade contemporânea: os Direitos Humanos e a Educação Ambiental. Tal como Muniz deu visibilidade aos catadores/coletores de lixo de Jardim Gramacho, no Brasil, esta peça procura refletir a dignidade, a resiliência, a identidade e o valor humano de pessoas e comunidades frequentemente marginalizadas, sublinhando a importância do reconhecimento e respeito pelos seus direitos. 

Ao transformar resíduos em arte, este projeto alerta para o impacto do consumo e do desperdício, promovendo a reciclagem e o reconhecimento do valor do trabalho ambiental de tantos cidadãos. Simultaneamente, apela à consciência coletiva e à urgente necessidade de cada indivíduo repensar as suas atitudes e escolhas diárias em relação ao ambiente. 

A arte assume, assim, um papel ativo — como forma de expressão, denúncia e agente de transformação social e ambiental.

III Congresso de História Pública — Apresentação de um projeto de Cidadania e Desenvolvimento

A turma do 11.º G apresentou, no III Congresso de História Pública, o projeto «Pessoas africanas e afro-descendentes em Lisboa, a partir da pintura Chafariz d’El Rey», levado a cabo na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Neste congresso, realizado no passado dia 6 de junho, em Lisboa, os nossos alunos tiveram a oportunidade de apresentar publicamente o intenso trabalho de análise e interpretação da referida pintura, datada dos finais do século XVI. 

Este trabalho, que teve como pano de fundo o domínio dos Direitos Humanos, resultou de uma parceria entre a investigadora, historiadora de arte e de arquitetura, Giuseppina Raggi, da Universidade de Coimbra, e a ESA. 

O projeto foi financiado pela Faculdade de Ciências e Tecnologias e teve como objetivo levantar questões em torno do mecenato artístico e arquitetónico de pessoas e/ou comunidades africanas e afro-descendentes, durante o Antigo Regime, em Portugal. A participação da ESA decorreu em uma das etapas da investigação, incentivando a relação entre Cidadania e Arte. 

Durante a primeira fase do projeto, as alunas e os alunos do 11.º G exploraram a obra Chafariz d’El Rey, investigando e discutindo possibilidades para a sua contextualização e interpretação. Refletiram sobre a presença das pessoas africanas e afro-descendentes em Portugal, hoje, e a contribuição da comunidade africana para a formação da identidade de Portugal. 

Discutiram alguns dos problemas que se colocam neste âmbito e questionaram valores e atitudes dos nossos dias, como é o caso do racismo. Nas palavras da investigadora Giuseppina Raggi "a presença dos Europeus Africanos não é só uma história não contada da Europa, é também uma história [...] que ignora alguns dos seus protagonistas."

No decurso do Congresso, os estudantes da ESA apresentaram trabalhos de pintura, escultura e animação virtual por eles realizados, com base na abordagemexploratóriada obra de arte Chafariz d’El Rey. Fizeram uma análise comparativa com a atualidade, explicaram cenas dessa obra, nomeadamente no que diz respeito aos direitos humanos, à interculturalidade, à igualdade de género e ao papel da mulher. 

Posteriormente, responderam com muita qualidade e segurança a questões colocadas pelo público, que considerou relevante a participação dos alunos no congresso.

Oficina da Interculturalidade – 6ª Edição

“O Mundo é o nosso País” 


Ao longo do dia 22 e da manhã do dia 23 de maio, teve lugar a 6ª Edição da Oficina da Interculturalidade, a qual foi (como sempre) organizada por alunos das turmas, neste caso: 9º A, 9º B, 9º C, 11º B, 11º C, 11º D.1º TT e 1º TAS, com a ajuda dos alunos João Pato e João Chia, da turma de Artes do 12.º ano, do aluno Eduardo Barbosa, do 3.º TGPSI, e do nosso técnico operacional Nuno Cruz.

A abertura e arranque do evento contou com as boas-vindas declaradas pela aluna do grupo organizador Francisca Ribeiro, seguido pela leitura de um texto partilhado por Filipa Mascarenhas, a propósito do significado e importância da Interculturalidade. A BANDESA e a ESAMBA concluiram este passo com as suas atuações. 

O tema Migrações esteve subjacente às atividades desenvolvidas no Auditório, no palco, passarela e tendinhas culturais dispostas no espaço exterior, na sala B0.12, no Pavilhão A, tendo contado com múltiplas e variadas atividades
propostas pelos próprios alunos, bem como pela colaboração com o CIDAC, designadamente, a recriação de um mapa-múndi onde os alunos da ESA registaram o seu país de origem, o dos seus pais e avós, o Cine-Fórum com o visionamento de quatro curtas-metragens
seguidas de debate pelas turmas assistentes, a criação e posterior exposição de trabalhos de serigrafia levadas a cabo pelo 8ºC, com dois membros do Atelier Dentu Zona. 

O Bocca promoveu um interessante debate, desenvolvendo um diálogo partilhado sobre a natureza da arte, a sua prática integradora e
transdisciplinar, bem como a virtualidade de promover novas e diferenciadas perspetivas. 

A peça de teatro “O peso da Justiça” (redigida e trabalhada pelo 10º F) foi apresentada no auditório. 

Nas tendinhas culturais, foram apresentados vários artigos, atividades e jogos culturais relativos a Portugal, Espanha, Itália, França, Brasil, Japão, Angola, África do Sul, São Tomé e Príncipe, Bangladesh, Nepal, Índia e Paquistão, para além de uma das tendinhas apresentar maquetes feitas pelos alunos representativas de outros países e culturas. 


Assim, os nossos alunos deram a provar diferentes pratos e iguarias culinárias, mediante a apresentação do Passaporte da Oficina, bem como realizaram um desfile de vestes tradicionais, a sua música e até tipos de tranças.


Contou o evento com a participação das duas bandas da escola, a saber, a BANDESA e ESAMBA, as duas bandas criadas a partir da vontade dos alunos, e desenvolvidas com o Plano Cultural de Escola, companheiro inestimável das atividades de Cidadania e Desenvolvimento, na pessoa da professora Rosa Botequilha. 
 
A Oficina da Interculturalidade contou ainda com o apoio logístico da Junta de Freguesia de Amora, designadamente no empréstimo e montagem das tendinhas culturais, bem como no empréstimo dos estrados usados para a montagem da passarela.