16 DE ABRIL. As turmas 11.º C2 e 12.º E encontraram-se com Anselmo Dias, autor do livro Da Resistência Antifascista à Nacionalização da Banca, a quem colocaram várias e interessantes questões. O convidado foi acolhido na escola por um aluno representante do 12.º E, turma que organizou esta oficina, nas aulas de Cidadania e Desenvolvimento, onde preararam algumas questões sobre o tema, colocadas ao longo da sessão. Uma delas, sobre momentos marcantes relacionados com a opressão na ditadura, teve como resposta os assassinatos de Humberto Delgado, do escultor Dias Coelho e do prisioneiro que a PIDE atirou pela janela.
Questionado sobre a ação direta da PIDE, na sua pessoa, referiu o receio que todos tinham de falar e de, no Sindicato dos Bancários, a que pertencia, terem sido presas, já nos anos 70, nove pessoas que protestavam contra a fome no mundo.
Anselmo Dias apresentou aos jovens, não só as características particulares da economia portuguesa antes do 25 de Abril, em que sete grandes famílias dominavam os setores chave e, como o seu contraste, 56% de casas não tinham água nem luz e existiam 2,2 milhões de analfabetos, entre outros aspetos.
Ilustrou a sua explanação com músicas apropriadas, por exemplo, quando se referiu à fome e à pobreza durante o fascismo, ouviu-se Zeca Afonso, em "Vampiros".
A pedido dos alunos, o convidado referiu-se também à guerra colonial e às características repressivas do regime na época de Marcelo Caetano, respondendo à pergunta sobre uma eventual abertura política nesse período.
A propósito da Revolução, ouviu-se o poema As Portas que Abril Abriu, de Ary dos Santos, tendo Anselmo Dias dividido em três as fases da época pós 25 de Abril.
Na última parte da sessão, especificando o tema das nacionalizações, o convidado explicou o processo que ocorreu em 1975 e, em particular, referiu a necessidade de estar disponível para o país o capital que anteriormente só pertencia a muito poucos.
Por último, uma das alunas presentes questionou sobre as diferenças económicas sentidas com a nacionalização, assunto mais polémico, que motivou várias considerações, nomeadamente os atuais lucros das grandes empresas, face às necessidades de vida das pessoas e dos jovens em particular.
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